Brelfie: a amamentação em público e nas redes sociais 💛

Brelfie: a amamentação em público e nas redes sociais! #AgostoDourado 💛Você conhece o termo ou a hashtag “#brelfie“? Ele é uma junção dos termos selfie e breastfeeding (amamentação, em inglês), ou seja, as brelfies são fotos, postadas nas redes sociais, que mostram as mamães amamentando seus filhos. Uma das brelfies mais famosas, um marco na história dessa tendência mundial, é da nossa Gisele Bundchen, de 2013:

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Desde então muitas outras supermodelos, atrizes e celebridades também aderiram à moda e compartilham fotos dos momentos de aleitamento com seus bebês. Chrissy Teigen, Kourtney Kardashian, Alanis Morissete, Pitty, Ivete Sangalo e a deputada Manuela D’Avila, todas essas mulheres, entre várias outras, são a favor da amamentação em público.

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O ato de amamentar em público, o surgimento e popularização das brelfies dividem opinões. Há quem pense que amamentar em público, mais do que um ato natural e corriqueiro de troca de afeto entre mãe e filho, é também uma forma de protesto e resistência. Outras pessoas, não concordam e acreditam que essas manifestações são um tipo de exposição desnecessária e que as imagens devem ser censuradas.
Mulheres são a todo momento bombardeadas com o machismo e com a objetificação do corpo feminino pela mídia. Por todos os lados vemos corpos expostos sem necessidade e é um pouco curioso ou até injusto, que logo no ato de amamentar, o seio feminino seja considerado vulgar e receba tanta censura.
Nos Estados Unidos, TRINTA E DOIS (dos cinquenta) estados americanos proíbem a exibição pública do mamilo feminino, inclusive durante o aleitamento materno.
No Brasil, não existe nenhuma lei que proíba a amamentação em espaços públicos, muito pelo contrário: em São Paulo, por exemplo, existe uma lei que prevê multa para estabelecimentos que impeçam mulheres de amamentar seus filhos em público. Apesar disso, os relatos de constrangimento continuam e estão por toda a parte.
Manuela D’Avila, inclusive, já amamentou durante uma sessão na Assembléia da Comissão de Direitos Humanos, em 2016 – o que teve repercussão mundial, a imagem foi replicada em países como Índia, Japão e Nigéria.

Quando (Laura, sua filha) está na Assembleia, via de regra, a amamento ou no gabinete ou no banheiro. Busco um local em que ela se sinta acolhida. Aquele dia, porém, a comissão começou a se estender por pautas trazidas por mim. Ela mamou ali. E dormiu. todas as mulheres que são mães e amamentam ou amamentaram sabem que esse gesto é natural e espontâneo! Porém, um dos fotógrafos da Assembleia (eles não creditam as fotos) teve a felicidade de bater a foto. O que chama atenção na foto em minha opinião? Mulheres em espaço de poder, crianças em espaços de poder, vida em espaços de poder. A política é masculina e machista, a política não tem espaço para as mulheres, a política não tem espaço para o que nos diferencia dos homens, a política não tem espaço para a ingenuidade e para a alegria das crianças, não tem espaço para a naturalidade com que conciliamos nosso trabalho e nossas lutas com nossos bebês. Levar Laura comigo tornou-se, sem que eu percebesse, uma forma de resistir a política que desumaniza.

Ela comenta no texto completo, que “daria de mamar até na Capela Sistina” fazendo referência a um depoimento do papa Francisco, que no início de 2015 surpreendeu a todos durante um batismo, quando disse às mães que elas eram bem-vindas a amamentar seus bebês na Capela Sistina. O papa parece ser um cara sensato e relativamente bem importante, então, vale ponderar a opinião de tolerância dele, né?

E já que estamos falando de redes sociais, vale lembrar que existe até um emoji representando o momento:

Ele foi pensado por Rachel Lee, uma enfermeira neonatal de um hospital na Inglaterra. Para ela, se já existiam figuras de casais, mulheres e mamadeiras, nada seria mais natural do que criar uma dedicada à amamentação. Em novembro de 2016, ela enviou a ideia ao Unicode (órgão responsável pela regulação dos emojis), argumentando que a amamentação é algo presente em todas as culturas e é um hábito saudável para ambos mãe e filho. A proposta foi aceita e o emoji está disponível desde o final de 2017.
Como já falamos anteriormente, amamentar é um ato de saúde pública, recomendado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde, nenhuma mãe deveria se sentir constrangida ou pensar duas vezes antes de amamentar seu filho.
Cada bebê e cada mãe têm o seu tempo e é importante respeitar os horários das mamadas, independente do lugar. Ao mesmo tempo que também deve ser um momento tranquilo, então, claro, só amamente em público se você se sentir confortável!